sábado, 31 de agosto de 2013

Acusações dos EUA são ‘tentativa desesperada’ de justificar ataque, diz Síria

Eis aqui o outro lado da moeda.

Em comunicado, regime classifica declarações de secretário de “mentiras”

O regime sírio reagiu nesta sexta-feira às declarações do secretário de Estado americano, John Kerry, responsabilizando Bashar Assad pelo ataque químico que deixou mais de 1 400 mortos na última semana, segundo o governo americano. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Síria qualificou as acusações de “mentiras sem base” e disse que constituem uma “tentativa desesperada” de justificar uma ação militar contra a Síria, “que poderia causar a morte de centenas de civis”.
O comunicado ainda desafia Washington a apresentar uma “prova real” de que o ataque foi perpetrado pelas forças do regime. Critica os EUA por adotarem uma postura “de paz ou de guerra”, com base no que circula nas redes sociais, e diz que as acusações são baseadas em “velhas histórias publicadas por terroristas há mais de uma semana, com tudo o que elas comportam de mentiras, de fabricações e de histórias inventadas”. O regime Assad chama de “terroristas” os rebeldes que tentam derrubá-lo.
O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Alexander Lukashevich, considerou “inaceitáveis” as ameaças feitas pelos EUA. “As declarações de Washington ameaçando usar a força na Síria são inaceitável. Até mesmo os aliados americanos pediram uma ‘pausa’ para esperar a finalização do trabalho dos inspetores da ONU para que se tenha um quadro objetivo do que aconteceu”, disse o ministro, em comunicado. 
Relatório - Kerry fez um pronunciamento nesta sexta afirmando que 1 429 pessoas morreram no ataque com armas químicas do último dia 21, incluindo 426 crianças. O número é ainda maior que os 1 300 mortos apontados pelo grupo opositor Coalizão Nacional Síria, no dia do ataque. O secretário afirmou que vários indícios mostram que as forças de Assad foram responsáveis. Simultaneamente, o governo americano divulgou um relatório de inteligência de quatro páginas com detalhes sobre o ataque. “Além da informação de inteligência dos EUA, há informações de equipes médicas internacionais e da Síria, vídeos, relatos de testemunhas, milhares de relatos nas redes sociais de pelo menos doze locações diferentes na região de Damasco, relatos de jornalistas e de organizações não governamentais de alta credibilidade”, diz o texto.
O relatório também menciona uma comunicação interceptada pelos EUA, envolvendo um alto funcionário sírio que confirmou que armas químicas foram usadas pelo regime no dia 21 e disse que estava preocupado com a possibilidade de os inspetores da ONU conseguirem provas do uso desse tipo de armamento. Referindo-se a Assad como “homicida” e “assassino”, Kerry afirmou que os Estados Unidos sabem que o governo sírio usou armas químicas várias vezes este ano. Segundo o secretário, três dias antes do ataque do dia 21, o governo já estava preparando o ataque no subúrbio de Damasco. As equipes foram alertadas que deveriam se preparar, “usando máscaras de gás” e tomando outras precauções. Além disso, completou, a inteligência americana sabe que os ataques partiram de áreas controladas pelo regime e foram lançados apenas contra posições controladas por opositores. “Agora que sabemos o que sabemos, a questão é: o que vamos fazer?”

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